Novartis promove investigação sobre enxaqueca em Portugal

Bolsa atribuída a dois projetos da Sociedade Portuguesa de Cefaleias pretende dinamizar a procura de respostas e soluções para a doença

Abril 17, 2019

A Novartis atribuiu um Grant à Sociedade Portuguesa de Cefaleias com o objetivo de incentivar a investigação científica e clínica na área da Enxaqueca em território nacional e contribuir para potenciar a inovação terapêutica focada nesta doença. A Bolsa SPC/Novartis Neurociências - Enxaqueca atribui, anualmente, um prémio no valor total de 10.000 euros a dois projetos inéditos da Sociedade Portuguesa de Cefaleias.

Com esta iniciativa, a Novartis pretende, ainda, contribuir para o avanço da ciência nesta área através da abordagem a vertentes até aqui pouco exploradas, tais como a componente genética associada a esta patologia ou o impacto multifactorial da Enxaqueca. O objetivo foi desde logo cumprido nesta primeira edição, onde foram submetidos a concurso temas tão variados como a Enxaqueca no trabalho, a variação genética da Enxaqueca, os marcadores da Enxaqueca, a Enxaqueca pediátrica, Enxaqueca e contraceção ou perturbações do sono associadas à Enxaqueca.

O primeiro prémio, no valor de 6.000 euros, foi atribuído ao trabalho “Headache Yesterday At Work In Portugal” de Raquel Gil-Gouveia (Neurologista especialista em Enxaqueca do Hospital da Luz), Jorge Barroso Dias e Raquel Miranda. Já o segundo prémio, no valor de 4.000 euros, foi atribuído ao trabalho “Overcoming The Unknown Genetic Variation In Migraine: A Whole-Exome Study In Portuguese Migraineurs” de José Pereira Monteiro (Professor Catedrático Jubilado de Neurologia da Universidade do Porto), Carolina Luísa Cardoso Lemos, Miguel Alves Ferreira, Andreia Dias, Alda Sousa e Jorge Sequeiros.

Para a Diretora-Geral da Novartis, Cristina Campos, “este prémio veio permitir dinamizar a investigação de qualidade em Portugal para além da investigação clínica, onde a Novartis já e sobejamente conhecida como parceira. Aqui queremos incentivar a investigação de iniciativa, na procura de soluções e respostas para questões ainda pouco exploradas. Para além da terapêutica, acreditamos que a Novartis tem um papel essencial ao facilitar a promoção de um maior conhecimento do que é a Enxaqueca em Portugal: dar a conhecer o impacto real na sociedade, alertar para o sofrimento dos doentes, desmistificar os preconceitos associados a esta doença”.

Acreditamos que é importante dar voz à Enxaqueca, de forma a conseguirmos abertura para tentar devolver mais normalidade à vida destas pessoas.

Cristina Campos, Diretora-Geral da Novartis

Também a Presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, Elsa Parreira, considera que “este apoio é substancial e permitirá dinamizar a produção de trabalhos na área da Enxaqueca, sobretudo ao nível de estudos de impacto. Prova disso é que houve seis projetos candidatos apenas no espaço de um mês e meio, o que só mostra como esta iniciativa veio mobilizar a investigação sobre Enxaqueca no nosso país”.

É extremamente positivo o apoio financeiro que a Novartis providencia na criação desta bolsa, uma vez que um dos problemas em Portugal em relação à investigação científica e clínica é a falta de financiamento.

Elsa Parreira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias

Já Raquel Gil-Gouveia, autora principal do projeto vencedor da Bolsa SPC/Novartis Neurociências – Enxaqueca explica que a ideia por detrás do estudo “Headache Yesterday At Work In Portugal” passa por “perceber qual a prevalência da Enxaqueca na população ativa e o impacto das crises no trabalho para avaliar o custo da Enxaqueca em termos de perda de produtividade laboral, em várias empresas com expressão nacional. A segunda fase será de intervenção, ao tentar identificar fatores do próprio ambiente de trabalho que possam potenciar as dores de cabeça e tentar mudar quer as condições físicas de trabalho quer a assistência médica às pessoas com Enxaqueca, através da Medicina no Trabalho”.

A Bolsa SPC/Novartis Neurociências – Enxaqueca será atribuída anualmente a dois projetos inéditos de investigação laboratorial, clínica, translacional ou epidemiológica sobre a Enxaqueca e/ou as suas variantes. Serão elegíveis para apreciação projetos portugueses ou internacionais/ colaborativos nos quais pelo menos um dos autores seja português. A cada ano, a divulgação dos vencedores será realizada na reunião anual da Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Também os resultados científicos dos projetos vencedores serão apresentados na reunião anual da Sociedade, no prazo máximo de três anos após a atribuição da Bolsa.

A enxaqueca é uma doença neurológica distinta1 que ocorre frequentemente durante a idade ativa, entre os 35 e os 45 anos de idade, resultando frequentemente em incapacidade temporária durante as crises. Inclui crises recorrentes de dor de cabeça moderada a grave, tipicamente pulsátil, geralmente unilateral, associada a náuseas, vómitos e sensibilidade à luz, ao som e aos odores4. As pessoas podem ficar incapacitadas devido aos sintomas, que podem durar dias.

A enxaqueca está associada à dor incapacitante e à redução da qualidade de vida assim como a custos para a sociedade1, com custos totais estimados entre 18 e 27 mil milhões de euros na Europa1,2 e cerca de 20 mil milhões de dólares nos EUA3,4. Tem um impacto profundo na capacidade para realizar tarefas quotidianas e foi declarada pela Organização Mundial da Saúde como uma das 10 principais causas de anos vividos com incapacidade, por homens e mulheres14. Continua subvalorizada e subtratada15.

Conheça as conclusões do maior estudo mundial de pessoas com enxaqueca realizado até à data aqui e os dados sobre o impacto da doença na vida dos portugueses aqui – ambas as notícias incluem entrevistas com Raquel Gil-Gouveia, Neurologista especialista em Enxaqueca do Hospital da Luz e autora principal do projeto vencedor desta primeira edição da Bolsa SPC/Novartis Neurociências – Enxaqueca.

Saiba mais sobre a enxaqueca em: facebook.com/DaVozATuaEnxaqueca/.

Referências:

  1. Stovner LJ. et al. Journal of Headache and Pain. 2008; 9: 139-46
  2. Hawkins K, Wang S, Rupnow MF. Indirect cost burden of migraine in the United States. J Occup Environ Med. 2007;49(4):368-374.
  3. Hawkins K, Wang S, Rupnow MF. Direct cost burden among insured US employees with migraine. Headache. 2007;48(4):553-563.
  4. Data on file. Novartis, 2018.
  5. World Health Organisation Factsheet on Headache Disorders. http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/headache-disorders Accessed June 2018.