Maio, Mês do Coração: “É preciso aumentar a literacia em relação a insuficiência cardíaca”

Novartis associa-se a mais uma edição da campanha da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Maio 24, 2019
Maio, Mês do Coração: “É preciso aumentar a literacia em relação a insuficiência cardíaca”

Todos os anos a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) elege o mês de maio como o “Mês do Coração”. Este ano, “O seu coração não tem de ser uma prisão” é o mote da campanha especialmente dedicada à Insuficiência Cardíaca, que visa sensibilizar para a prevenção desta doença cardiovascular e alertar para os seus fatores de risco.

Afetando, atualmente, cerca de meio milhão de pessoas em Portugal, a Insuficiência Cardíaca (IC) é uma situação clínica debilitante e potencialmente fatal em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para todo o corpo. No âmbito da campanha deste ano, realizou-se o estudo “Portugueses e a Insuficiência Cardíaca” apresentado pela FPC na Sessão de Abertura de “Maio, Mês do Coração”, que decorreu no dia 23 de abril, no Palácio Foz em Lisboa. As principais conclusões revelam que apesar de os portugueses reconhecerem o cansaço (72%) e a falta de ar (69%) como sintomas, ainda existe algum desconhecimento em relação a certos aspetos da doença.

Desenvolvido pela GfK Metris e baseado numa amostra de 1012 indivíduos (com idade igual ou superior a 18 anos e residentes em Portugal Continental), o estudo indica que apenas 15% dos portugueses conseguem identificar o edema nas pernas como um dos principais sintomas da Insuficiência Cardíaca. Embora considerem que a doença ameaça a vida das pessoas, 51% dos inquiridos acreditam que a taxa de sobrevivência é alta - resultado que contrasta com a realidade portuguesa onde a taxa de mortalidade da Insuficiência Cardíaca é superior a alguns tipos de cancro.

Em entrevista à Newsfarma, Dr. Luís Negrão, Assessor Médico da FPC e responsável pela campanha “Maio, Mês do Coração”, realça a importância do foco neste tema, “A nossa grande preocupação é prevenir o aparecimento da doença e reduzir a mortalidade por doenças cardiovasculares”.

Temos vindo a morrer menos por doença cardiovascular, mas esse facto não significa que temos menos doença cardiovascular. Não morremos é por causa dela.

Dr. Luís Negrão, Assessor Médico da FPC e responsável pela campanha “Maio, Mês do Coração”

Ainda sobre a incidência das doenças cardiovasculares em Portugal, o médico realça “O nosso trabalho de prevenção tem vindo a ser feito como deve ser, mas vamos começar a pagar a fatura”, referindo-se ao incremento expectável do número de internamentos devido a este tipo de patologias.

Para Manuel Carrageta, presidente da FPC, "Este estudo vem provar mais uma vez que a Insuficiência Cardíaca é uma doença esquecida e subvalorizada pela maioria dos portugueses”.

A IC é uma das grandes epidemias do século e é preciso aumentar a literacia das pessoas em relação ao tema, da mesma forma em que esta doença deveria ser considerada uma prioridade nacional.

Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC)

Saiba mais sobre a campanha e as atividades agendadas para “Maio, Mês do coração”, em: fpcardiologia.pt/ ou https://www.facebook.com/FPCardiologia/

Sobre a Insuficiência Cardíaca

A insuficiência cardíaca é uma situação clínica debilitante e potencialmente fatal, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para todo o corpo. Sintomas como dificuldade em respirar (dispneia), fadiga e retenção de líquidos podem surgir lentamente e agravar-se ao longo do tempo, com um impacto significativo na qualidade de vida1,2. A IC é um problema significativo e crescente de saúde pública com uma elevada necessidade terapêutica. Em cada ano, a IC tem um impacto de 108 mil milhões de dólares/ano na economia mundial, sendo que 60-70% destes custos são relativos a hospitalizações3,4. Apesar das terapêuticas disponíveis, a mortalidade permanece muito elevada com mais de 50% dos doentes a não sobreviver nos 5 anos após o diagnóstico de insuficiência cardíaca.5,6,7

Referências

  1. Gheorghiade M, Pang P, Acute heart failure syndromes, Journal of the American College of Cardiology 2009; 53 (7):557-73
  2. Cook C, Cole G, Asaria P, Jabbour R, Francis DP. The annual global economic burden of heart failure. Int J Cardiol. 2014.;171(3):368-76
  3. Stewart S, Jenkins A, Buchan S, McGuire A, Capewell S, McMurray JJ. The current cost of heart failure to the National Health Service in the UK. Eur J Heart Fail. 2002 Jun;4(3):36-71.
  4. Ceia F, Fonseca C, Mota T, Morais H, Matias F, de Sousa A, Oliveira A; EPICA Investigators. Prevalence of chronic heart failure in Southwestern Europe: the EPICA study. Eur J Heart Fail. 2002 Aug;4(4):531-9
  5. Lloyd-Jones et al. Heart disease and stroke statistics--2010 update: a report from the American Heart Association. Circulation. 2010;121:e46-215
  6. Zannad F. et al, Heart failure burden and therapy, Europace2009, 11; v1-v9.
  7. Loehr LR, Rosamond WD, Chang PP, Folsom AR, Chambless LE. Heart failure incidence and survival (from the Atherosclerosis Risk in Communities study). Am J Cardiol. 2008;101(7):1016